segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Comentários ao Artigo de Leon Fredja Szklarowsky sobre os 20 anos da constituição.
As orações com * remetem à trechos do artigo do autor. E o trecho em itálico são comentários de minha autoria.

* A constituição comemora vinte anos, com altos e baixos.
* O Congresso Nacional tomou posse em 1987 com poderes constituintes.
* Em 1° de fevereiro de 1987, sob a presidência do deputado Ulisses Guimarães, do PMDB, tem início a elaboração da nova constituição.
* Pela primeira vez, na história, o povo teve participação plena, com a aceitação de ementas populares.
* Reconstruiu o Estado Democrático, consagrando valores fundamentais, como o exercício de direitos sociais e individuais, a igualdade e a justiça, como resultado de uma sociedade fraterna e pluralista, despida de preconceito, quaisquer que sejam.
* Seu grande mérito, talvez o maior de todos, é o de assegurar o exercício dos direitos individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça, como valores fundamentais e superiores de uma sociedade desenvolvida, pluralista e despida de preconceitos, sedimentada na conciliação social.

Mérito às palavras de Leon, porém o discurso é muito bonito, mas um pouco "enfeitado". Isto é, ele cita diversas vezes a pluralidade da constituição de 1988, e que ela é despida de preconceitos. No entanto, isto é o papel, a carta magna. Na realidade, na sociedade física, tais valores ainda não estão sedimentados, uma vez que preconceitos fazem parte do dia a dia das pessoas. Sejam eles raciais, culturais ou sexuais. O preconceito com negros é evidente fruto da história nacional, porém, ao passo que a constituição cita que está despida de tais desventuras, ela é arbitrária e não condiz com a realidade nacional. É satisfatório ela tentar demonstrar um país pluralista, no entanto, creio que ela deveria ter criado mecanismos que pudessem agilizar tal assimilação de tal dispositivo pela sociedade, gerando transformações culturais, pois como ela dita hoje em dia, o preconceito continua existente, como com os negros, e em questões sexuais - homossexualidade - deixa à arbitrariedade do STF decisão acerca do caso, sendo motivo de diversas controvérsias. Como o próprio Leon cita, "decorridos vinte anos da promulgação da carta, muito pouco se fez, mas esse pouco demonstra que o povo brasileiro (...) ainda é capaz de sonhar e lutar pelo mínimo que lhe possa proporcionar o bem-estar que a Magna Carta lhe ofertou e ainda não se tornou efetivo"
No entanto, como conciliar que uma constituição de mais de 20 anos - apesar de nova -, não tenha consolidado grandes valores. Isto é, o imaginário nacional assimilou a redemocratização, mas os príncipios de valores que a Constituição de 1988 prega, estão longe de ser o reflexo da sociedade brasileira. Eis uma tarefa para se indagar, até que ponto a constituição reflete realmente os sonhos da população?


* A constituição de um país é o guarda-chuva de proteção dos súditos conta as intempéries provocadas por maus governos e déspotas ou até por governantes e Estados tidos por democratas, eleitos pelo sagrado sufrágio universal.
Muito belo as palavras, mas não consigo enxergar a proteção de tal guarda-chuva em meio das agruras por que passa o povo, da corrupção desenfreada, da violência, e da triste realidade que atormenta a população, como saúde, segurança pública, etc. Fato que ela venceu as arbitrariedades após duas Constituições ditadas pelo Poder Revolucionário de 1964, no entanto, encará-la como proteção de súditos, é complicado, uma vez que seu conteúdo remete a casos altos e baixos frequentemente. Um trecho que mereceu minha atenção é esta passagem do artigo, que achei interessante:

* A Lei Maior pode ser comparada ao cobertor, que protege do frio, do resfriado; aquece. Tem regras que devem ser obedecidas por todos. Como ninguém pode rasgar um cobertor, porque, rasgado, não mais servirá de aconchego, também a Constituição, que é a Lei Protetora, resguarda todos e ao mesmo tempo é diretora das normas mais importantes do país. A Carta Magna é a lei fundamental, é a rainha de todas as leis. Lassale, com muita sensibilidade, escreve que ela não é uma lei como outra qualquer e, no espírito unânime do povo, deve ser qualquer coisa de mais sagrado, mais firme e mais estável que uma lei comum. É lamentável que nem todos os governantes se apercebam de sua responsabilidade perante os súditos. Estados há, entretanto, que sequer têm constituições escritas, conquanto as normas consuetudinárias sejam severa e conscientemente seguidas. A ingles, por exemplo, apesar de não escrita, apresenta, em certos pontos, rigidez maior do que certas Constituições escritas.

Finalizo que a crítica é uma opinião pessoal do artigo do Leon Szklarowsky.

quarta-feira, 15 de julho de 2009



Documentário Good Copy, Bad Copy!
=)

sábado, 11 de julho de 2009

A filosofia apresenta o objeto ou o ser como algo passível de unificação, entendimento e coerência. É a interpretação do “ser natural” em sua essência, Porém, a ação antrópica considerou o “estar” em detrimento do “ser”. Poucos sabem que a teoria da evolução pode ser aplicada também ao comportamento e à cultura humana, como sugere a Memética. Essa teoria pode ser aplicada às linguagens que floresceram nos últimos mil anos e transformaram as “interpretações” em determinadas conjunturas históricas. O homem conquistou o meio e passou a cunhar “nomes” para os “estados” analisados. Iniciou-se assim o processo de aculturação humana sobre as “coisas” e o nascimento de uma nova forma de ler o mundo. E no contexto atual a arte de ler e aprender sofre prejuízo por parte da “mente exterior”.

O poder das letras está associado ao sujeito da ação, isto é, ao passo que a linguagem escrita organizou o emaranhado de símbolos e o homem substantivou o espaço, tornou-se papel do sujeito ter conhecimento do mundo para construir a dimensão dos fatos. A verbalização depende de um conhecimento adquirido. Em outras palavras, é a leitura que tem o poder de transformação. Ela confere ao leitor o status de “conhecedor do mundo”, possibilita interpretar o meio, permite ascensão social ou intelectual e permeia um deleite singular.

O número de leitores decresceu nos últimos anos e com isso os índices educacionais foram diretamente proporcionais. O planeta vive a era da terceirização – geografia para GPS, matemática para calculadora, gosto musical para “iTunes” e memória para Google e Wikipedia –, e as pessoas estão se tornando menos instruídas. Elas passam a perder sua autonomia para a “mente exterior”. A memória externalizada ganha foco e passa a ditar a vida das pessoas. No entanto, só por algum acessório facilitar e agilizar o cotidiano, o conhecimento não deve ser terceirizado.

A faculdade do escrever sobrevive em função do leitor. Independente de a mensagem possuir um receptor pré-estabelecido, o escritor transforma idéias em palavras na ânsia de tais símbolos gerarem uma apreensão de informações. O ledor adquire a experiência de outrem e com isso modifica o seu “ser” para um novo “estar”. A transformação ocorre tanto em nível emocional quanto profissional. Surgem risos, lágrimas, raiva e aversão a partir de palavras sozinhas ou em conjunto. A leitura forma críticos, médicos, advogados, escritores e não “fantoches da tecnologia”.




Maurício Veiga
(09/06/2009)

Obrigado a Táh, que ajudou reformular a introdução (:

domingo, 14 de setembro de 2008


Charlton Heston e Rex Harrison interpretam duas das personalidades mais marcantes da Renascença neste drama histórico baseado no best-seller de Irving Stone ambientado no início do Século XVI. Quando o Papa Júlio II (Harrison) encomenda a Michelangelo (Heston) a pintura do teto da Capela Sistina, o artista recusa a princípio. Virtualmente forçado por Júlio a fazer o trabalho, ele acaba por destruir sua obra e foge de Roma. Quando recomeça a pintura, o projeto se torna uma batalha de vontades alimentada pelas diferenças artísticas e de temperamento que são o ponto central deste filme. Indicado ao OSCAR de Melhor Fotografia e também citado como um dos melhores filmes do ano pelo National Board of Review, AGONIA E ÊXTASE é uma fantástica dramatização da luta por trás de uma das maiores obras-primas do mundo. Tanto a história quanto o filme são tocantes e fascinantes.
;)

Cia para todos os momentos...
Indispensável: Bitter Sweet Symphony
;)


Grande mestre do realismo, Eça de Queiróz conseguiu descrever exatamento a sociedade em seu tempo... e sua grande obra Primo Basílio, foi adaptada ao cinema há pouco tempo...

São Paulo, 1958. Luísa (Débora Falabella) é uma jovem romântica e sonhadora que é casada com Jorge (Reynaldo Gianecchini), um engenheiro que está envolvido na construção de Brasília. Um dia Luísa reencontra Basílio (Fábio Assunção), seu primo e também sua paixão de juventude. Quando Jorge é chamado a trabalho para Brasília, Luísa fica em casa apenas com a companhia das empregadas Juliana (Glória Pires) e Joana (Zezeh Barbosa). Basílio passa a visitá-la frequentemente, conquistando-a com as histórias de suas viagens. Logo as saídas de ambos viram fofoca na vizinhança. Até que Juliana encontra as cartas de amor trocadas entre os primos e, de posse delas, passa a chantagear Luísa para conseguir uma generosa aposentadoria.


O filme foi inspirado na obra de Queiróz, adaptada a realidade de São Paulo, ao invés de Lisboa, mas conseguiu atingir uma obra de qualidade. O filme mereceu seus aplausos.